Por Simplicio Araújo
Até agora, nenhuma candidatura ao Senado no Maranhão se apresenta de fato para o povo. Nenhuma voz firme se ergue em defesa da população maranhense — apenas nomes que orbitam governos, presidentes e interesses que não são os nossos. O que vemos são projetos pessoais disfarçados de salvação coletiva.
Enquanto isso, os senadores maranhenses atuais se calam diante de um país que desmorona eticamente. Nenhum deles teve a coragem de enfrentar o escândalo dos desvios no INSS, que rouba aposentados e doentes sem dó. Nenhum se pronunciou sobre os riscos de uma guerra comercial com os EUA, que pode impactar diretamente nossa economia. Nenhum fala sobre o rombo bilionário nos Correios, o aumento do IOF, o uso do cartão corporativo como fonte inesgotável de gastos obscuros.
O povo do Maranhão arca com essa conta em silêncio — e, por exemplo no caso do INSS, os sindicatos que ajudaram a saquear seguem livres, leves e impunes.
O silêncio é gritante. E os nomes que até agora se lançam ao Senado nos fazem perguntar se o futuro nos reserva alguém com coragem de defender os maranhenses — ou se, como diz meu amigo Paulo César lá de Pedreiras, vamos “trocar 6 por meia dúzia”.
Que ninguém se ofenda com o que escrevo. Ao contrário: que aproveitem essa provocação para se posicionar. É disso que o povo precisa — não de sorrisos em redes sociais, mas de posicionamento claro e compromisso com o Maranhão.
Se os atuais voltarem ao Senado, a tendência é que o silêncio continue. Serão agora, após 8 anos, senadores do presidente da vez — seja ele Lula, Bolsonaro ou outro — ou representantes de verdade do nosso povo?
Fufuca, por exemplo, já é ministro de Lula. Pedro Fernandes foi convidado a ser. Ambos fazem parte da base do governo federal e não demonstraram até agora disposição para contrariar o Planalto em nome da população. Quando foi que defenderam os maranhenses de verdade?
Yglésio, que se apresenta como o nome de Bolsonaro no Maranhão, está no palanque da esquerda no estado, que é o governo Brandão. Sua trajetória política começou justamente no partido de Lula. Ora, se hoje é difícil entender de que lado está, o que esperar no Senado?
César Pires é um bom nome, mas sua origem política vem do grupo Sarney. Agora está no partido NOVO e diz querer liberdade para representar o povo. A pergunta é: terá mesmo independência para isso ou cairá nas mesmas amarras?
E Carlos Brandão? Um governador que conhece os entraves do estado e teria o que contribuir, mas no Senado manteria o mesmo alinhamento automático com o presidente de plantão? Quem garante que sua prioridade seria o Maranhão e não Brasília?
Até o momento, não se visualiza entre os postulantes alguém verdadeiramente comprometido com a defesa dos maranhenses. Todos parecem mirar em projetos nacionais, legendas e federações. O povo do Maranhão continua invisível.
Fulano quer ser o senador do partido. Beltrano quer a bênção da direita. Ciclano está com a máquina estadual. Clariano é de Lula, ou de Bolsonaro. E o candidato do povo do Maranhão, onde está?
Um cargo tão estratégico como o Senado vai mais uma vez servir a projetos de poder e vaidade? Vamos mesmo continuar delegando essa função vital a quem nem sequer menciona o nome do Maranhão em seus discursos?
A velha fórmula está na praça novamente. A mesma política, os mesmos arranjos. Muitos apostam que o povo está anestesiado e distraído. Mas eu pergunto a você, que ainda pensa, que ainda se importa, que ainda lê textos como este: vamos eleger senadores para o presidente, para grupos, ou para o povo do Maranhão?