A Universidade Federal do Maranhão (UFMA) e a Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão (FAPEMA) assinaram um acordo de Cooperação Técnica para a conclusão do nanossatélite Jussara-K e o seu lançamento do Centro de Lançamentos de Alcântara (CLA).
O Jussara-K é um nanossatélite padrão cubesat que está sendo desenvolvido pelo laboratório LABESEE da UFMA em parceria com o laboratório LISE da Universidade Federal de São João Del-Rei (MG) e que deverá levar uma carga útil experimental da Startup Epic of Sun (SP). O Jussara-K tem como principal missão a coleta de dados ambientais e a eventual prevenção de queimadas com o auxílio de plataformas de coletas de dados inseridas na região da Amazônia Legal. “O projeto surgiu com o convite da empresa Innospace, fabricante de pequenos veículos lançadores de satélites da Coreia do Sul, onde nos foi oferecido um espaço no foguete que fará o primeiro lançamento para a inserção ambiental. Trata-se de uma missão bem emblemática para o Maranhão, pois vai ser a primeira vez que será realizada no país. Então, nós estamos nos esforçando muito para poder conseguir entregar um satélite produzido em nosso laboratório, com os nossos alunos participando ativamente,” ressalta o Coordenador Geral da Missão Alcântara em Órbita e professor da UFMA, Carlos Brito.
O Jussara-K possui uma carga útil com um sistema de inteligência artificial que será testado no espaço, além de tudo que um satélite precisa ter, como painel solar, baterias, estruturas e placas eletrônicas. O nanossatélite possui o formato de um cubo de 10 cm por 10 cm, com sistema de telecomunicação baseado em radiofrequência.
Para o coordenador do Segmento Espacial do Nanossatélite Jussara-K, professor Luis Silva, a UFMA vem desenvolvendo um papel importante na produção e no envolvimento dos alunos durante a construção do projeto. “O nosso laboratório é responsável por toda a parte eletrônica, quanto a parte de estrutura que contém toda essa computação. Somos responsáveis por fazer a montagem, a preparação dos equipamentos, das placas e acompanhar os alunos que estão fazendo a programação. Nossos alunos são orientados sobre como a missão tem que funcionar, além de integrar tudo, como, por exemplo, combinar todas as peças, todos os componentes, montar, testar e deixar pronto para o momento do lançamento,” ressalta o coordenador.
O presidente da FAPEMA, Nordman Wall, ressaltou a importância da harmonia entre as duas instituições para o avanço de projetos como o nanossatélite Jussara-k. “Dessa cooperação a gente espera um bom resultado, em função da qualidade do satélite que foi desenvolvido. Acredito que o nanossatélite vá fazer sucesso, trazendo muita informação importante sobre o nosso ecossistema e excelentes resultados, tanto para a FAPEMA quanto para a UFMA”, afirma o presidente.
“Essa parceria já vem sendo consolidada em diversos projetos importantes, pois a FAPEMA tem sido fundamental no apoio à ciência, à tecnologia e à inovação no nosso estado. O acordo de cooperação veio para avançar a conclusão do nosso nanossatélite Jussara-K, que já tem o lançamento previsto para setembro, na base de Alcântara. Gostaria de agradecer mais uma vez à FAPEMA, sem essa colaboração seria muito difícil concluir o desenvolvimento do nanossatélite e enviá-lo ao espaço. Essa parceria reforça o nosso compromisso com a inovação e a preservação do meio ambiente”, ressalta o reitor da UFMA, Fernando Carvalho Silva.
A UFMA possui uma Estação de Rastreamento e Operação de Satélites equipada com computadores, rádios, antenas e outros equipamentos que serão aproveitados para receber os dados transmitidos pelo Jussara-k. A previsão é que o nanossatélite chegue a uma altitude de mais ou menos 500 quilômetros e que, durante cinco anos, vá naturalmente caindo até fazer sua reentrada na atmosfera de forma desintegrante.