domingo, 7 setembro, 2025
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Pesquisa do IBGE revela que estado ocupa a última posição em remuneração; carga horária alta e falta de proteção social agravam a situação

No cenário nacional de plataformas digitais, o Maranhão aparece como o estado onde os trabalhadores de aplicativo recebem os menores rendimentos do Brasil. De acordo com dados inéditos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), analisados pela Agência Tatu, a média mensal no estado é de apenas R$ 1.440, menos da metade do valor recebido em São Paulo (R$ 3.242) e bem abaixo da média nacional de R$ 2.592.

Apesar de enfrentarem uma carga horária semelhante à de outras regiões, entre 37 e 40 horas semanais , os profissionais maranhenses estão entre os mais prejudicados pela disparidade salarial. Enquanto no Sudeste e Sul os ganhos superam R$ 3 mil em alguns estados, no Nordeste, e especialmente no Maranhão, a remuneração mal ultrapassa R$ 1.500.

Perfil dos trabalhadores: maioria negra e com baixa escolaridade

A pesquisa mostra que a desigualdade no estado também reflete questões raciais e educacionais. Cerca de 75% dos trabalhadores de aplicativo no Maranhão se declaram pretos ou pardos, percentual superior à média nacional (55,5%). Além disso, 41,7% têm apenas ensino médio completo ou superior incompleto, faixa em que a renda média é de R$ 1.499.

A falta de qualificação limita as oportunidades, já que quem possui ensino superior completo chega a ganhar mais que o dobro (R$ 3.716).

Insegurança e falta de direitos trabalhistas

Além da baixa remuneração, os entregadores e motoristas do estado enfrentam desafios como violência urbana, más condições de trânsito e falta de proteção social. Dados do IBGE mostram que mais de 57% dos trabalhadores de aplicativo no Nordeste não contribuem para o INSS, ficando sem acesso a aposentadoria, auxílio-doença e outros benefícios.

A ausência de regulamentação do setor e a precarização do trabalho agravam a situação. Enquanto isso, muitos continuam na atividade por falta de alternativas, sobrevivendo com rendas que mal cobrem despesas básicas.

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