Em um momento emblemático para a história do Partido dos Trabalhadores (PT) na capital maranhense, a co-vereadora Raimundinha, do Coletivo Nós, foi eleita presidente do Diretório Municipal do PT de São Luís. Esta é a segunda vez, em 45 anos de existência do partido na cidade, que uma mulher assume a presidência da legenda.
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A eleição de Raimundinha representa um marco importante para a renovação das lideranças petistas na capital, sobretudo pela sua trajetória ligada aos movimentos sociais, à pauta da coletividade e à representatividade de base. Ela integra o Coletivo Nós, um mandato coletivo e popular com atuação na Câmara Municipal de São Luís, que vem ganhando destaque pelas suas bandeiras voltadas à igualdade racial, de gênero e aos direitos da juventude.
O pleito, no entanto, ocorreu em meio a um cenário de intensa mobilização nas redes sociais e disputas internas que acirraram os ânimos dentro do partido. Nos últimos dias, circularam diversos posicionamentos públicos de filiados, refletindo um ambiente de tensão e divergências políticas, especialmente após um encontro interno entre militantes do PT em São Luís que terminou em tumulto.
Um dos episódios mais comentados envolveu críticas públicas feitas por um militante filiado ao partido, que relatou nas redes sociais o que teria presenciado durante o debate. Em uma sequência de postagens no Twitter, ele acusou o vereador Jhonatan Soares, também do Coletivo Nós, de ter protagonizado momentos de tensão durante o encontro.
Segundo o relato, o parlamentar teria interrompido a fala do militante conhecido como Cacau, com intervenções consideradas “desnecessárias” pra o momento.
A principal acusação feita diz respeito à suposta prática de “filiações em massa e fraudulentas” atribuídas ao Coletivo Nós, com o objetivo de favorecer a disputa eleitoral interna do partido. Também foram tecidas críticas ao funcionamento do setorial LGBT do PT, sob coordenação do vereador Jhonatan, o qual teria sido taxado de “inoperante”.
Apesar das polêmicas, a vitória de Raimundinha foi confirmada e sinaliza a força do Coletivo Nós no cenário político interno do PT da capital. O grupo celebra o feito como mais um passo na consolidação de uma militância jovem, negra, periférica e engajada na transformação social.
A expectativa agora é de que a nova direção municipal atue na superação das tensões internas e fortaleça a unidade do partido rumo às disputas de 2026. Procurada para comentar os episódios mais recentes, a nova presidente ainda não se manifestou publicamente.