O prefeito licenciado de Igarapé Grande, João Vitor Xavier, permanece preso preventivamente em uma cela individual em São Luís, após se entregar à Polícia Civil na última terça-feira (15). Ele é acusado de assassinar o policial militar Geidson Thiago da Silva durante uma vaquejada no município de Trizidela do Vale, em 6 de julho.
Apesar da revogação, pelo STF, da regra que garantia cela especial para detentos com ensino superior, João Vitor segue isolado dos demais presos, com base em prerrogativas aplicadas a chefes do Executivo em regime preventivo. A cela teria cama e banheiro privativo, segundo a Secretaria de Administração Penitenciária (Seap).
Paralelamente ao avanço das investigações, o caso passou a envolver também acusações mais amplas contra o sistema de segurança pública do estado. O deputado estadual Wellington do Curso denunciou, nesta segunda-feira (21), a possível participação de policiais civis, delegados e oficiais da PM em um suposto esquema de proteção ao prefeito, que teria incluído facilitação para fuga e ocultação do paradeiro do acusado nos dias seguintes ao crime.
As denúncias apontam que os envolvidos teriam agido em troca de promessas de promoções, vantagens políticas e financeiras. O parlamentar informou ter protocolado ofícios na Secretaria de Segurança Pública, no Comando da PM e no Ministério Público, solicitando apuração rigorosa, com análise de escalas de serviço, registros de deslocamento e câmeras de monitoramento.
As acusações expõem uma possível rede de favorecimento dentro do próprio aparato estatal e colocam em xeque a isenção das instituições diante de crimes cometidos por autoridades políticas.