sábado, 6 setembro, 2025
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Por Simplicio Araújo

O debate sobre o futuro político do Maranhão ganhou mais um capítulo. O que parecia ser a continuação natural da base que reelegeu Carlos Brandão em 2022 transformou-se numa novela de múltiplos episódios, cada vez mais carregados de tensão e estratégias de bastidor.

Depois de recuar de um acordo com o ex-governador Flávio Dino, Brandão sinaliza a intenção de permanecer no cargo até o último dia do mandato. Não para repetir o gesto histórico de José Reinaldo, que, ao concluir seu governo, buscou romper a hegemonia do grupo Sarney e abrir espaço para novas lideranças. Naquele tempo, a decisão de Zé Reinaldo oxigenou a política maranhense, permitindo que nomes como Jackson Lago e Édson Vidigal disputassem o comando do estado. Foi um ato visto como desprendimento — raro na política local.

Hoje, o cenário é outro. A permanência de Brandão é apresentada como um “sacrifício” em nome do Maranhão, mas o enredo que se desenrola sugere algo diferente. Parte da classe política sustenta a narrativa, mas não esconde que o apoio tem prazo de validade: vai apenas até o dia da eleição. Quem defende com mais fervor não o faz pelo estado, mas pela própria sobrevivência política, pela preservação de cargos e contratos.

É um jogo em que o povo aparece como figurante, enquanto as peças reais se movem para garantir que o poder permaneça nas mesmas mãos. E, nesse tabuleiro, a noção de “sacrifício” se distorce: não se trata de abrir mão de algo pelo bem coletivo, mas de manter uma estrutura que já não dialoga com as demandas de grande parte da população.

Assistimos, assim, a mais um drama político — só que sem o final redentor dos roteiros bem escritos. O elenco é conhecido, o roteiro previsível e o desfecho, se não houver uma intervenção clara do eleitorado, tende a um retrocesso sem precedentes no Maranhão.

Em 2026, a população está escalada apenas como coadjuvante e o vice governador está sendo condenado a se render aos caprichos da família Brandão e de quem já se sente contemplado por uma reeleição, eleição ou manutenção de contratos ou espaços.

Quem você acha que tem a missão mais nobre nesse drama? O governador que quer eleger o sobrinho a qualquer custo ou o vice governador que se impõe contra tudo isso?

Em abril teremos o dia do Fico no Maranhão, qual será o seu? Você vai gritar “fica camarão” ou “fica Brandão?

Qual dos dois vai se sacrificar realmente pelo Maranhão?

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