O juiz Douglas de Melo Martins, da Vara de Interesses Difusos e Coletivos de São Luís, indeferiu o pedido de afastamento imediato do presidente da Federação Maranhense de Futebol (FMF), Antônio Américo Lobato Gonçalves, e de outros 16 dirigentes da entidade. A solicitação foi feita pelo Ministério Público do Maranhão (MPMA) por meio de uma Ação Civil Pública (ACP) protocolada na última quinta-feira (3).
Além de Antônio Américo, a ação inclui como réus a própria FMF, o Instituto Maranhense de Futebol (IMF), e membros da diretoria, como vice-presidentes e diretores. O MP alega que há indícios de irregularidades administrativas e financeiras, entre elas o uso do IMF para movimentar recursos em períodos de bloqueio judicial, o que teria gerado uma estrutura paralela sem transparência.
O pedido de afastamento, segundo o MP, buscava preservar a integridade da investigação e evitar qualquer tentativa de interferência por parte da atual gestão. A promotoria também apontou falhas graves na transparência da federação, como a não divulgação de documentos obrigatórios — estatuto social atualizado, atas de assembleias e balanços financeiros — e instabilidades no site oficial, dificultando o acesso a informações públicas.
Outro fato citado na ação é um caso de 2012, quando valores em espécie armazenados na sede da FMF foram levados durante um assalto.
Apesar dos argumentos, o juiz entendeu que não há, neste momento, elementos suficientes para justificar o afastamento cautelar dos dirigentes. Com isso, Antônio Américo, que está no comando da federação desde 2011, permanece no cargo.
A FMF, até o momento, não se pronunciou oficialmente. A entidade afirma, no entanto, que não opera com recursos públicos, sendo mantida por repasses mensais da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), atualmente no valor de R$ 121 mil.
Os réus foram citados e terão 15 dias para apresentar defesa. O pedido liminar será analisado após esse prazo.
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