sábado, 6 setembro, 2025
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Por Simplicio Araújo

O Brasil está prestes a cruzar uma linha perigosa no cenário internacional — e talvez nem todos percebam o tamanho do risco. Nos bastidores da diplomacia global, surgem informações de que os Estados Unidos podem ter provas de um embarque de urânio saindo do Rio de Janeiro com destino ao Irã. Se essa denúncia se confirmar, não estamos falando apenas de uma polêmica política, mas de um passo grave rumo ao isolamento internacional.

Imagine o Brasil sendo visto como cúmplice de um dos países mais vigiados do mundo. Isso pode custar caro. De sanções econômicas a restrições diplomáticas, o país pode ser colocado de lado por potências globais, perdendo acordos comerciais, acesso a investimentos e até o respeito nas grandes mesas de decisão mundial. É uma crise que não se resolve com discursos, mas com responsabilidade e transparência.

Lula, que já foi celebrado como líder progressista e até cotado para o Prêmio Nobel da Paz, corre o risco de entrar para outra galeria — a dos líderes que se afastaram das democracias consolidadas para flertar com regimes autoritários e alianças obscuras. Em vez de usar sua experiência para unir e pacificar, está se distanciando de valores que o mundo democrático valoriza: diálogo, equilíbrio e respeito às instituições.

No meio desse cenário, o ministro Alexandre de Moraes também está no centro das atenções — não por suas ações dentro do Brasil, mas pela forma como tem lidado com cidadãos e empresas internacionais, principalmente gigantes da tecnologia dos Estados Unidos. Para muitos fora do país, isso soa como perseguição. E quando um país dá sinais de instabilidade jurídica, investidores e parceiros pensam duas vezes antes de continuar apostando nele.

E o ex-presidente Bolsonaro? Em vez de construir algo novo, parece preferir ser usado como peça em um jogo maior. Trump, que é movido por interesses próprios, vê Bolsonaro apenas como um instrumento útil para pressionar Lula e desequilibrar o ambiente político brasileiro. Nada mais que isso. Não há protagonismo verdadeiro aqui — só mais um ego querendo palco.

A verdade é que o Brasil está sendo empurrado para fora das rodas de diálogo internacional. Estamos em um momento delicado, em que erros diplomáticos podem custar empregos, investimentos e oportunidades para milhões de brasileiros. Não é uma disputa de vaidades entre Lula e Bolsonaro. É o futuro do país que está em jogo.

Esse cenário de isolamento e desconfiança internacional traria consequências severas também para o Maranhão. Empresas como Vale, Alumar, Suzano e a AVB Siderúrgica, que operam com cadeias globais de suprimentos, exportação e financiamento internacional, seriam diretamente afetadas. Essas companhias dependem de estabilidade política e boas relações com potências como os EUA e a União Europeia para manter contratos, operar portos, acessar linhas de crédito e viabilizar suas exportações.

O agronegócio maranhense também sentiria o impacto. Produtores rurais, tradings e cooperativas que hoje exportam para mercados exigentes veriam barreiras aumentarem, exigências se tornarem mais rígidas, e a rentabilidade despencar. O estado, que começa a colher frutos de um esforço de décadas por industrialização e modernização do campo, pode sofrer um baque profundo.

Além disso, há o risco direto às operações estratégicas de combustíveis no Distrito Industrial de São Luís — uma estrutura que deixamos funcionando com eficiência e que ano após ano bate recordes de movimentação. Se as tensões se agravarem e o Brasil sofrer sanções logísticas ou financeiras, essa cadeia poderá ser estrangulada, prejudicando abastecimento, aumentando os custos para as empresas e comprometendo empregos em toda a cadeia de transporte, distribuição e refino.

Não se trata apenas de Brasília ou Washington. O que está sendo negociado agora pode comprometer o futuro do Maranhão, dos seus trabalhadores, das suas empresas e de toda uma geração que só quer oportunidade para crescer.

É hora de responsabilidade, serenidade e coragem. O mundo está de olho. E o Brasil precisa decidir se quer ser respeitado — ou isolado.

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